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Campo Grande, quarta-feira, 31 de janeiro de 2024.
Em pontos sem cobertura, usuários do transporte coletivo esperam sob o sol durante longo tempo pela passagem do ônibus (Foto: Campo Grande News)
Após o prefeito Marquinhos Trad ter dito em um evento realizado na Esplanada da Ferroviária, onde acabou sendo pêgo de surpresa com a pergunta sobre o fechamento dos mini terminais e prontamente respondeu que “medidas seriam tomadas” para saber quais foram os motivos das desativações dos terminais Peg-Fácil, ambos localizados na Avenida Afonso Pena, o que se viu foi um “corre-corre” na Agetran e Agereg.
O anúncio feito pelo prefeito Marquinhos Trad causou um “corre-corre” na Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e na Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) que, através dos seus diretores, “prontamente” anunciaram para hoje a solução do problema. Para tanto, uma reunião com os dirigentes do Consórcio Guaicurus foi agendada, no entanto o horário não foi divulgado.
Sem maiores explicações e agindo praticamente na calada da noite – pois foi de domingo (4) para segunda-feira (5), a tomada de posição – o Consórcio Guaicurus, a bel prazer, decidiu encerrar os atendimentos até então existentes nos terminais Peg-Fácil localizados na Avenida Afonso Pena, na Praça Ary Coelho, e o que estava localizado nos Altos da mesma avenida, próximo ao Shopping Campo Grande, que amanheceram nesta segunda-feira (5) desativados, pegando milhares de usuários do transporte coletivo desprevenidos, causando revolta e gerando uma certa confusão.
Antes mesmo de ir para a tal reunião, transferiram a responsabilidade da medida para a Agetran, ao anunciarem que o Consórcio Guaicurus não é responsável pela administração das linhas de ônibus existentes na Capital.
Se por um lado o diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno, anunciou a reunião com os representantes do Consórcio, o colega dele, da Agereg, Vinícius Leite, adiantou que nesta quarta-feira (7) enviou um ofício ao órgão exigindo a reativação dos pontos que foram fechados abruptamente. Por sua vez, o consórcio garantiu que, até o encerramento do expediente de quarta-feira (7), não havia chegado nenhum ofício com tal teor.
Após a revolta dos usuários do transporte coletivo, alguns vereadores prontamente interviram, entre eles, Eduardo Romero, que enviou um ofício à Agereg, que é o órgão responsável, determinando a fiscalização nas empresas. Ele pediu que o contrato existente entre a Prefeitura e o Consórcio fosse mais uma vez analisado, pois acredita que exista um descumprimento de cláusula contratual em um dos seus artigos.
Esse problema pode ser apenas a ponta do “iceberg” dos inúmeros existentes, dificultando o translado dos usuários do transporte coletivo que, segundo os números apontam, são mais de 250 mil/dia, e as empresas que integram o consórcio continuam deixando a desejar quanto ao atendimento, sem que os órgãos fiscalizadores tomem providências cabíveis.
PROBLEMAS
Caso o prefeito Marquinhos Trad queira mesmo solucionar de vez o impasse criado entre exploradoras do transporte coletivo e usuários, basta ele fazer uma fiscalização “in-loco” para presenciar, primeiro, a qualidade e o estado de alguns ônibus, pelo menos os que atendem aos moradores da região do Anhanduizinho, que fazem o transbordo no terminal Morenão. Além da péssima qualidade, tem ônibus que o elevador dos cadeirantes não funciona, portas que não fecham, janelas que não fecham ou não abrem e, em período chuvoso, em alguns carros os passageiros têm que usar sombrinhas ou guarda-chuvas.
Além da precariedade de alguns dos carros, principalmente os que atendem ao Conjunto (parcelamento) Iracy Coelho, do bairro Centenário, ultimamente o tempo de espera aumentou e se tornou comum em todos os horários os coletivos transitarem com suas lotações máximas, com número de passageiros acima do permitido por lei.
Além dos problemas mencionados pelos leitores, existem ruas por onde os ônibus fazem os itinerários que, pela falta de conservação, estão intransitáveis, causando ainda mais revolta aos usuários, que se sentem como bois sendo levados para o abate ou como um pugilista em seu corner, já derrotado sem poder de reação.
CONSÓRCIO
Por sua vez, o Consórcio Guaicurus, através de seu site, anunciou alterações em várias linhas, no entanto, são feitas de forma aleatórias, à base do “determino, afixe e cumpra-se”, pois nunca, em nenhum momento, os usuários são ouvidos através de uma pesquisa prévia.
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